A subida dos preços da gasolina e etanol parece não ter um ponto final. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em abril a gasolina atingiu um novo recorde, sendo comercializada a um preço médio de R$ 7,270 por litro no Brasil. O etanol também está mais caro, com um preço médio de R$ 5,496/l. Isso leva muitos a considerar a conversão do carro para GNV (Gás Natural Veicular). Mas será que isso realmente compensa?
A resposta é: depende da quantidade de quilômetros que você percorre diariamente. Existem vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é o preço menor do GNV em comparação à gasolina. Conforme a ANP, o preço médio do GNV no país é de R$ 4,754/m³, o que representa uma diferença significativa em relação à gasolina, e ainda um pouco melhor em comparação com o etanol.
Outro ponto a considerar é o rendimento do GNV, que é em média 20% superior à gasolina e 50% superior ao etanol. Por exemplo, se um carro percorre 10 km/l com gasolina e 7 km/l com etanol, com o GNV pode alcançar 12 km/m³. Ou seja, a economia pode superar os 53%.
Para esclarecer, vejamos a comparação a cada 100 km rodados:
- 100 km com gasolina custa R$ 72,7 (100 km / 10 km/l x R$ 7,270)
- 100 km com etanol custa R$ 78,514 (100 km / 7 km/l x R$ 5,496)
- 100 km com GNV custa R$ 39,617 (100 km / 12 km/l x R$ 4,754)
Além de ser mais econômico e eficiente, o GNV oferece vantagens ambientais e para o veículo. O GNV emite 20% menos CO2 do que a gasolina e 15% menos do que o etanol, além de beneficiar o sistema de lubrificação do carro, permitindo maior durabilidade do óleo motor e reduzindo a formação de água no escapamento.
Gerações
Os kits GNV têm evoluído ao longo dos anos. Inicialmente, os kits de 3ª geração dominaram o mercado, mas hoje em dia os kits de 5ª geração são os preferidos, especialmente para veículos com injeção direta de combustível, que já possuem kits de 6ª geração.
A escolha do kit depende do modelo e ano do veículo. Carros com injeção eletrônica são geralmente melhor servidos pelos kits de 3ª e 5ª gerações, sendo que os de 3ª são mais acessíveis, mas apresentam mais problemas e demandam mais manutenção. Veículos sem injeção direta se beneficiam com kits de 5ª geração, que possuem central de gerenciamento eletrônico e bicos injetores exclusivos, resultando em menor perda de potência e menos manutenção.
Desvantagens
Por outro lado, o GNV tem o custo de instalação como uma de suas desvantagens, com valores que variam entre R$ 4.000 e R$ 7.000, dependendo do carro e do kit. Também há os custos anuais de inspeção veicular (cerca de R$ 300) e da recertificação de cilindro a cada 5 anos (aproximadamente R$ 350).
Considerando um kit de R$ 5.500 e uma economia de 45,5% em relação à gasolina, seriam necessários 16.616,314 km para se recuperar o investimento. Assim, quem dirige mais de 1.400 km por mês começa a obter retorno em menos de um ano.
Além dos custos, é importante manter a manutenção do veículo a GNV em dia, especialmente os sistemas de 3ª geração. O filtro de ar, as velas de ignição e, ocasionalmente, as bobinas, podem necessitar de trocas mais frequentes.
Nos sistemas de 3ª geração, o GNV é admitido junto com o ar por sucção à vácuo do motor, necessitando de uma frequência maior na troca do filtro de ar. Já o sistema de 5ª geração permite uma perda menor de potência, cerca de 3%, sem necessidade de antecipação de trocas.
As velas de ignição no 3ª geração devem ser trocadas regularmente para evitar falhas, enquanto o 5ª geração injeta combustível sob demanda, eliminando problemas como combustão irregular (back fire).
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