A Fórmula E está se preparando para sua estreia no Brasil após nove temporadas. Nos dias 24 e 25 de março, São Paulo será palco da primeira corrida dessa categoria no país, realizada no icônico Sambódromo do Anhembi.
O que é a Fórmula E?
A Fórmula E representa um campeonato idealizado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Apesar da ideia ter nascido em 2011, o campeonato começou efetivamente apenas em 2014.
Em 2021, a Fórmula E recebeu da FIA o status de campeonato mundial, figurando ao lado de pesos pesados como:
- Fórmula 1;
- Campeonato Mundial de Endurance;
- Campeonato Mundial de Rally;
- Campeonato Mundial de Rallycross.
A proposta da Fórmula E
O conceito por trás da Fórmula E é criar uma competição de monopostos (carros de piloto único) com motores elétricos, percorrendo circuitos urbanos e temporários. A primeira corrida da história ocorreu em 13 de setembro de 2014, no ePrix de Pequim, China.
Essencialmente, a Fórmula E se posiciona em relação aos veículos elétricos da mesma forma que a Fórmula 1 influenciou os veículos a combustão: um verdadeiro laboratório de inovações.
Na Fórmula E, novas tecnologias são testadas para seu eventual uso em carros elétricos de uso diário. Nas temporadas iniciais, a troca de carro durante a corrida era necessária devido à limitada autonomia das baterias. Atualmente, essas baterias têm uma autonomia 150% maior, durando a corrida inteira.
Como são os carros da Fórmula E?
A Fórmula E está vivenciando sua terceira geração de carros. Veja as transformações pelas quais esses veículos passaram ao longo de 9 temporadas:
Geração 1
Utilizados de 2014 a 2018, os carros Gen 1 da Fórmula E usavam um chassi fabricado pela Dallara, em cooperação com a Spark Racing Technology, compostos por fibra de carbono e alumínio.
Inicialmente, os motores eram da McLaren Electronic Systems, mas a partir da segunda temporada foi permitido que as equipes escolhessem seus fornecedores. O Gen 1 atingia uma velocidade máxima de 225 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em etas 3 segundos. Seus motores contavam com três modos:
- Normal: 200 kW
- Econômico: 150 kW
- Push to pass: 230 kW
Geração 2
A partir de 2018, a geração 2 trouxe um design mais futurista e agressivo, com chassis mantidos mas de tamanho levemente ajustado e a implementação do sistema Halo para a proteção dos pilotos. Os motores nessa geração possuíam:
- Normal: 200 kW
- Modo ataque: 225 kW
- Fan Boost: 250 kW
Geração 3
Destacando-se com seu design arrojado, a Geração 3 introduziu maior potência nos motores:
- Normal: 300 kW
- Modo ataque: 350 kW
Com uma velocidade máxima de 320 km/h, os avanços tecnológicos permitiram a instalação de um motor adicional para a regeneração de energia, visando atingir uma produção de eletricidade autônoma de 40% durante a corrida. O carro passou a medir 5 metros de comprimento e 1,7 metro de largura.
As singularidades da Fórmula E
Um diferencial curioso na Fórmula E é o modo ataque. Similar ao jogo Mario Kart, ao percorrer um trecho específico, os carros recebem um incremento de potência de 50 quilowatts, utilizável duas vezes por corrida em diversas combinações de tempo.
Essa característica, juntamente com pistas estreitas e pneus de menor aderência, torna as corridas mais dinâmicas.
Equipes participantes da Fórmula E
Aqui estão as equipes e pilotos da temporada 2023. Muitos pilotos, como Stoffel Vandoorne e Jean-Éric Vergne, têm histórico na Fórmula 1.
Campeões consagrados na Fórmula E
Até agora, o piloto francês Jean-Éric Vergne se destacou com dois títulos. Outros campeões da categoria incluem:
- 2014-2015: Nelson Piquet Jr (BRA)
- 2015-2016: Sébastien Buemi (SUI)
- 2016-2017: Lucas di Grassi (BRA)
- 2017-2018: Jean-Éric Vergne (FRA)
- 2018-2019: Jean-Éric Vergne (FRA)
- 2019-2020: António Félix da Costa (POR)
- 2021: Nyck de Vries (HOL)
- 2022: Stoffel Vandoorne (BEL)
Regulamento do campeonato
A temporada 2023 da Fórmula E compreende 16 corridas distribuídas por 11 cidades, com cinco delas sediando rodadas duplas. O sistema de pontuação segue o padrão da FIA, pontuando os dez primeiros colocados. Os pilotos ainda têm a chance de ganhar pontos extras por pole position e volta mais rápida.
