O Renault Logan G2 foi introduzido no mercado brasileiro no final de 2013, já como modelo 2014, antecipando mudanças que posteriormente seriam implementadas no Sandero, seu modelo irmão de projeto com carroceria dois-volumes.
Diferentemente do atraso enfrentado pelo lançamento da primeira geração, que levou três anos para ser lançada no Brasil, o Renault Logan G2 chegou apenas um ano após seu lançamento na Europa. No continente europeu, este modelo é comercializado pela Dacia, uma marca de baixo custo da Renault destinada a mercados emergentes.
Neste artigo, em parceria com o canal Volta Rápida, discutiremos os detalhes do sedã compacto e analisaremos seus principais pontos fortes e fracos.
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Design
As linhas do Renault Logan G2 no Brasil seguiram o estilo do Logan romeno, mas receberam ajustes exclusivos e detalhes de variantes mais refinadas, aprimorando a imagem do modelo, especialmente diante de uma concorrência cada vez mais intensa.
Diferentemente da geração anterior, o design externo do Logan passou a se alinhar ao do Sandero, diferenciando-se apenas por detalhes no para-choque e a adição do terceiro volume na traseira.
Na parte dianteira, os faróis retangulares incorporam refletores duplos em todas as versões, com um acabamento em máscara negra que se liga à grade de filetes horizontais e ao emblema central da Renault. Abaixo, uma seção em preto fosco conecta os faróis de neblina à entrada de ar do radiador.
De lado, os para-lamas definem o contorno das caixas de roda em dois estágios, proporcionando volume e robustez ao design, enquanto discretos vincos nas portas conferem fluidez ao conjunto.
Na traseira, as lanternas invadem levemente a tampa do porta-malas, que apresenta uma protuberância no topo, lembrando vagamente os aerofólios tipo ‘rabo-de-pato’. O para-choque possui detalhes refletivos nas extremidades e a placa centralizada.
Em 2019, um leve facelift foi implementado para a linha 2020, com mudanças estéticas apenas na dianteira. Houve a introdução de novos faróis com luzes diurnas em LED e um para-choque reformulado com detalhes em preto fosco mais evidentes.
Mecânica
Construído sobre a plataforma M0, derivada da B, o Logan de segunda geração foi lançado com duas opções de motor e uma transmissão. Ambos os motores são da família Hi-Power, com aspiração natural, quatro cilindros em linha e tecnologia flex. O motor 1.0 gera até 80 cv de potência e 10,5 kgfm de torque, enquanto o 1.6 atinge 106 cv e 15,5 kgfm. Ambas as versões possuem tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas.
Com o tempo, novas opções de motor e transmissão foram introduzidas. A caixa automatizada Easy’R foi oferecida com o motor 1.6, e novos motores da família SCe substituíram os antigos Hi-Power. O 1.0 de três cilindros gera até 82 cv e 10,5 kgfm, enquanto o 1.6 de quatro cilindros alcança 118 cv e 16 kgfm.
Na linha 2020, a transmissão automática CVT substituiu a automatizada Easy’R, mas esta opção já saiu de linha junto com o motor 1.6. Atualmente, o Logan pode ser adquirido apenas com o motor 1.0 e câmbio manual de cinco marchas.
Interior
Internamente, o Logan foi completamente renovado em relação ao seu antecessor, buscando equiparar-se aos rivais da época. Além do novo design geral, a cabine ganhou novos detalhes, acabamentos e opções de configuração, tornando o modelo mais atraente em comparação à primeira geração.
O novo painel de instrumentos se inspira no Fluence, antigo sedã médio da Renault, com dois mostradores analógicos e um digital à direita, exibindo várias funções do computador de bordo. No console central, o espaço para rádio 2DIN pode ser substituído por uma central multimídia em versões mais caras. Itens como bancos e forros de portas podem variar de acordo com a versão.
Tecnologia
Apesar das mudanças significativas, o Logan de segunda geração ainda se posiciona como um dos sedãs mais acessíveis no Brasil, devido à oferta limitada de equipamentos de série. Todas as versões incluem freios ABS e airbags duplos frontais obrigatórios, mas a configuração de entrada oferecia poucos itens além de direção hidráulica e ar-condicionado, que eram opcionais.
Versões mais caras incluem recursos como:
- Retrovisores elétricos.
- Rodas de liga leve.
- Faróis de neblina.
- Pintura nas maçanetas e capas dos espelhos.
- Piloto automático e limitador de velocidade.
- Rádio com Bluetooth.
- Vidros elétricos nas quatro portas.
Opções como central multimídia com GPS, ar-condicionado automático e sensores de estacionamento traseiro eram oferecidos como opcionais.
Na linha 2024, foram introduzidos recursos como controle de estabilidade com assistente de partida em rampas, ajuste de altura dos faróis e alerta de frenagem de emergência.
Principais pontos fortes
Espaço
O Logan é uma referência no segmento pelo espaço interno, agradando tanto passageiros quanto na capacidade de carga.
Mercado
Sendo um sedã compacto, o Logan é amplamente utilizado em atividades de transporte profissional, tornando-o um modelo com boa aceitação comercial, fácil de negociar para compra ou venda.
Conforto
O Logan é adaptado para rodar no asfalto brasileiro, com uma suspensão capaz de superar imperfeições sem grandes dificuldades.
Principais pontos fracos
Mercado de usados
O extenso uso do Logan em transporte profissional pode ser um problema. É comum encontrar veículos com quilometragem elevada, que pode ter sido adulterada para esconder problemas de manutenção.
Acabamento
Embora a qualidade interna tenha melhorado, o excesso de plásticos e ruídos ao longo do uso ainda desagrada.
Câmbio CVT
O problema não está no câmbio em si, mas nas versões que o acompanham. A Renault precisou elevar a suspensão em 40 mm para evitar que a transmissão ficasse muito baixa. Essa modificação resultou em um carro excessivamente alto, e a tentativa de disfarçar essa mudança com arcos nos para-lamas não foi bem recebida pelo mercado, resultando em baixa oferta e demanda.
Curiosidades
- Apesar de ser um carro de entrada, o Logan traz refinamentos simples, como amortecedor que sustenta o capô e faróis de refletores duplos de série.
- Em outros países, o Logan de segunda geração pode ser encontrado como ‘Renault Symbol’.
- Uma terceira geração do Logan existe desde 2020, mas não foi introduzida no Brasil inicialmente.
Outros concorrentes diretos do Renault Logan G2
- Volkswagen Voyage
- Hyundai HB20S
- Ford Ka+ / Ka Sedan
