Nissan March (2012 – 2020): Análise, Resenha e Opinião

5 Min. de Leitura

A quarta geração do Nissan March foi introduzida no Brasil no segundo semestre de 2011, sendo a única geração do modelo comercializada localmente até agora. Sua função foi posicionar a marca de maneira competitiva no segmento de hatches compactos, que detém grande apelo no mercado brasileiro.

Produzido inicialmente no México, o March começou a ser montado no Brasil em 2014 para o ano/modelo 2015, quando passou por seu único facelift.

Este artigo, em parceria com o canal Volta Rápida, oferece uma análise detalhada do modelo, destacando seus principais atributos, vantagens, desvantagens e curiosidades.

Design

O March oferecido no Brasil pertence à quarta geração global do modelo, justificando seu design acentuadamente arredondado.

As linhas desta geração são uma evolução do design da terceira geração, inspirada no conceito mm.e apresentado em 2001.

A produção manteve quase intactas as características de design, resultando em linhas inusitadas, que nem sempre se adaptam a diversos mercados.

Visando uma maior globalização do March, a Nissan aproveitou a introdução da quarta geração para adotar um design mais convencional.

Na frente, os faróis ovais com refletor único destacam-se contra uma pequena grade central, combinados com uma abertura maior no centro do para-choque, onde se encontram os faróis de neblina.

Lateralmente, o estilo do March é ditado por detalhes suaves e discretos, como janelas em arco que vão da base da coluna A até o final da coluna C, e um vinco quase imperceptível na parte inferior das portas.

Na traseira, pequenas lanternas verticais acrescentam volume aos para-lamas, acompanhando a linha de cintura do March, além de uma grande tampa do porta-malas protegida por um para-choque saliente, onde a placa do carro é colocada.

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Mecânica

Construído sobre a plataforma V, o Nissan March no Brasil está disponível com três opções de motorização, todas naturalmente aspiradas e flex.

A primeira é um motor 1.0 de quatro cilindros em linha, oferecendo até 74 cv e 10 kgfm de torque, presente nas versões mais acessíveis do March antes do facelift, quando ainda era importado.

O segundo motor é um 1.0 de três cilindros, que equipa os March pós-facelift fabricados no Brasil, gerando 77 cv de potência e mantendo os 10 kgfm de torque. Ambos 1.0 são acompanhados por uma transmissão manual de cinco marchas.

Para as versões mais sofisticadas, o motor utilizado é o 1.6 de quatro cilindros, com potência de até 111 cv e 15,1 kgfm de torque, disponível com câmbio manual de cinco marchas ou automático CVT.

Uma atualização interessante nos motores pós-facelift (a partir de 2015) foi a implementação do sistema Flex Start, eliminando a necessidade do tanquinho de partida a frio, modernizando os blocos motores.

Avaliação de concorrentes diretos do Nissan March:

Fiat Uno G2 (2011 – 2021)
Renault Sandero G2 (2015 – 2021)
Chevrolet Onix G1 (2013 – 2019)

Interior

Como é comum em hatches compactos de entrada, o interior do Nissan March utiliza plástico rígido monocromático nas superfícies, com pequenas porções de tecido nas portas dianteiras, nas áreas de apoio para o braço.

Dependendo da versão, a Nissan utiliza algumas superfícies diferenciadas com acabamentos em cromado ou grafite, mas o plástico permanece predominante. Os bancos são revestidos em tecido.

O painel de instrumentos combina elementos analógicos com um pequeno display que funciona como computador de bordo.

O volante possui pegada emborrachada com um ‘miolo’ triangular de três raios curtos, incorporando diversos comandos.

As saídas de ar no painel combinam difusores redondos nas extremidades e retangulares no centro, acima do rádio/multimídia e controles do ar-condicionado, com acabamento fosco ou brilhante, conforme a versão.

A iluminação interna é predominantemente em laranja.

Tecnologia

O March não era rico em tecnologia, mas oferecia equipamentos que ainda eram raros entre hatches de entrada na época.

Itens da versão mais básica incluíam:

Airbags duplos frontais (não obrigatórios em 2011);
Computador de bordo;
Banco do motorista com ajuste de altura;
Quebra-sóis com espelhos;
Apoios de cabeça traseiros.

Versões mais equipadas incluíam:

Ar-condicionado digital automático;
Faróis de neblina;
Rodas aro 15 com acabamento diamantado;
Direção elétrica;
Trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos);
Central multimídia com espelhamento bluetooth;
Limpador e desembaçador traseiro;
Volante com ajuste de altura;
Chave com trava e destrava remota.

Assista ao vídeo para mais detalhes sobre o Nissan March:

Principais pontos fortes

Economia

Com dimensões compactas e leveza, o March é naturalmente econômico, principalmente com o motor 1.0 de três cilindros, exclusivo do modelo pós-facelift.

Desempenho com o motor 1.6

Pesando menos de uma tonelada, os March com motor 1.6 apresentam uma boa relação peso-potência, proporcionando desempenho animador para um hatch de entrada.

Design pós-facelift

O design do March pré-facelift era arredondado e simples, mas as atualizações tornaram o visual mais sofisticado, com vincos discretos e contrastes em plástico preto ou cromado, agradando o público.

Principais pontos fracos

Espaço interno

Embora seja classificado como compacto, o March possui dimensões de um subcompacto, semelhante ao Renault Kwid, por exemplo.

Adequado para casais com filhos pequenos, o porta-malas de apenas 265 litros pode ser um problema.

Acabamento

O acabamento interno do March é simples demais e pode não envelhecer bem, como pode ser observado em modelos mais usados. Quem busca refinamento pode não gostar deste modelo.

Autonomia

Com um tanque de combustível de apenas 41 litros, o March tem autonomia limitada, inferior aos rivais diretos com tanques entre 48 e 55 litros.

Mesmo sendo econômico, as condições ideais para economia não são constantes, resultando em visitas frequentes aos postos de combustível.

Curiosidades

O Nissan March é conhecido como ‘Micra’ em algumas regiões, e foi vendido como Renault Pulse em alguns mercados emergentes;
Presente no mercado global desde 1982, o March chegou à quinta geração e foi descontinuado na versão 2020;
Duas versões especiais do March de quarta geração foram preparadas pela Nismo, com kit de carroceria exclusivo e rodas aro 16, mas sem grandes mudanças mecânicas. A Nismo S tinha um motor 1.5 aspirado com desempenho semelhante ao 1.6, com ajustes especiais na central eletrônica, escapamento e suspensão;
A quarta geração do March foi vendida em 160 países, incluindo o Brasil;
Na Europa, o March tinha teto solar elétrico, acabamento interno em dois tons, sensores crepuscular e de chuva, chave presencial com partida por botão, entre outros itens;
O March brasileiro ainda é vendido em alguns países da América Latina, com um facelift que o aproxima visualmente do Kicks e Sentra.