Lei Seca e Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo

Olá, motorista!

Combinar álcool e direção nunca foi uma boa escolha. Devido a isso, campanhas de conscientização incentivam a entregar as chaves quando se decide consumir bebidas alcoólicas. Apesar de sua popularidade no Brasil e no mundo, o álcool pode conduzir a uma doença séria e compulsiva: o alcoolismo.

O uso dessa substância afeta negativamente a cognição e a coordenação motora, transformando motoristas alcoolizados em potenciais causadores de acidentes — e também em vítimas. Neste artigo, vamos discutir a Lei Seca e o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo. Descubra como o combate ao alcoolismo contribui para a redução de acidentes no trânsito e traz outros benefícios significativos!

Lei Seca e redução de acidentes

A Lei Seca é regida pela Lei nº 11.705/2008, que proíbe motoristas com uma concentração de 6 miligramas de álcool por litro de sangue de dirigirem veículos. Essa foi a primeira alteração no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estabelecendo um limite de teor alcoólico que caracteriza o consumo de álcool como crime no trânsito. Além disso, a Lei Seca proíbe a venda de bebidas alcoólicas em rodovias federais, com penalidades como multas e outras consequências para os infratores.

Os motoristas flagrados dirigindo embriagados enfrentam uma multa de R$ 2.934,70, que pode dobrar se houver reincidência. Outras penalidades incluem a suspensão da CNH por um ano e a retenção do veículo caso não haja alguém apto a conduzi-lo na hora. Além disso, sete pontos são adicionados à carteira de habilitação do infrator.

Para aplicar a Lei Seca, utiliza-se o “bafômetro” ou etilômetro, que mede a quantidade de álcool no organismo do condutor. A Lei nº 12.760/2012 reforçou a Lei Seca, permitindo o uso de vídeos, testemunhos e imagens como evidências de embriaguez ao volante, caso o motorista se recuse a fazer o teste.

Com mudanças recentes, a tolerância para álcool no sangue é zero. Essa política de tolerância zero ajuda a diminuir a quantidade de motoristas embriagados. Um estudo do Datafolha de 2019 mostrou que 68% dos condutores em regiões metropolitanas optaram por não dirigir após consumir álcool, preferindo serviços de transporte por aplicativo.

Além de reduzir acidentes, a Lei Seca também diminui os efeitos socioeconômicos causados por acidentes de trânsito, como mortes, custos previdenciários e sobrecarga nos sistemas de saúde. Nos seis primeiros anos de vigência (2008 a 2014), a Lei Seca reduziu a taxa de mortalidade no trânsito de 6,92 para 4,99 mortes a cada 10 mil veículos, segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Outro estudo, do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), revelou que entre 2008 e 2016 a Lei Seca evitou aproximadamente 41 mil mortes e um prejuízo econômico de R$ 74,5 bilhões.

Motivos para combater o alcoolismo

Celebrado em 20 de fevereiro, o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo destaca a dependência alcoólica, que é caracterizada pela compulsão em consumir álcool. O alcoolismo exerce um controle significativo sobre o indivíduo, sendo uma forma de dependência química. Listamos abaixo as principais razões para combater essa doença.

Redução do risco de doenças cardiovasculares

Embora o consumo moderado de álcool esteja associado a um menor risco de doenças cardiovasculares, o uso excessivo pode ter efeitos opostos. Pesquisas observacionais apontam um maior risco de doenças coronarianas ligadas ao consumo excessivo de álcool, identificando 12 doenças cardíacas, cerebrovasculares, abdominais e periféricas associadas ao consumo de álcool.

Resultados do estudo

Entre 1997 e 2010, foi realizado um diagnóstico cardiovascular de 114.859 pessoas, majoritariamente não-fumantes, sem diabetes e com IMC normal. O consumo excessivo de álcool foi associado a:

  • Aumento do risco de morte coronariana;
  • Parada cardíaca;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Hemorragia intracerebral;
  • Ataque isquêmico transitório;
  • AVC Isquêmico;
  • Doença arterial periférica.

Por outro lado, o estudo revelou menor risco de infarto do miocárdio ou angina estável. As pesquisas continuam para obter respostas mais conclusivas sobre a relação entre álcool e doenças cardiovasculares.

Melhoria do sono

Embora o álcool seja sedativo e induza ao sono rapidamente, à medida que a noite avança, ele pode desequilibrar o ciclo do sono, comprometendo sua estrutura natural, fragmentando-o e interferindo em sua duração. O alcoolismo pode levar à insônia, dificultando tanto o início quanto a manutenção do sono, e até promove o despertar precoce.

Para aqueles que combinam álcool e medicamentos para insônia, as interações entre as substâncias podem agravar a situação. O uso excessivo de álcool também pode causar apneia obstrutiva do sono, com o relaxamento dos músculos da língua e garganta causando roncos e pausas respiratórias.

Aumento da disposição

Embora o álcool possa inicialmente aumentar o ânimo, ele é um depressor que, em longo prazo, prejudica a disposição para atividades diárias e outras que exigem esforço físico. Ele eleva a produção de cortisol e acelera o catabolismo, um processo que leva à perda de massa magra e prejudica o desempenho físico.

Pesquisas da Universidade de Chicago indicam que o excesso de álcool reduz a imunidade, aumentando a suscetibilidade a resfriados e gripes, resultando em indisposição e promovendo o sedentarismo.

Benefícios do combate ao alcoolismo no trânsito

O Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo também destaca a importância de proteger a vida no trânsito. Sob o efeito do álcool, muitos perdem o senso de segurança e agem impulsivamente, como dirigir em alta velocidade nas cidades ou rodovias.

Redução de acidentes

Segundo o Detran, o álcool está presente em 50% dos acidentes de trânsito. Enquanto a Lei Seca ajuda a reduzir acidentes, o combate ao alcoolismo vai além, promovendo campanhas que explicam os riscos do consumo excessivo de álcool e a necessidade de seguir as leis e evitar penalizações.

Aumento da segurança

Além das medidas de segurança no trânsito — como o uso do cinto de segurança, regras para crianças e passageiros, manutenção de veículos e proibição do álcool ao volante —, investir em campanhas que abordam a raiz do problema promove a conscientização pública.

O alcoolismo não afeta apenas a saúde individual, mas também as relações sociais e profissionais, além de causar acidentes com consequências potencialmente fatais. Não se trata de uma questão moral; qualquer pessoa pode ser afetada, tal como qualquer um pode contrair a Covid-19. A chave é a conscientização e prevenção.

Com a redução do alcoolismo, a segurança no trânsito melhora significativamente, pois diminui a quantidade de motoristas embriagados.

Promoção da vida

Defender a vida é fundamental, especialmente em tempos onde a violência é amplamente divulgada. Dirigir sob efeito do álcool desvaloriza a vida, mesmo que não intencionalmente. O motorista geralmente não deseja causar acidentes ou colocar vidas em risco, mas a condução consciente ajuda a prevenir tais situações.

A conscientização sobre a importância de práticas seguras nas estradas enfatiza o valor da vida. Combater o alcoolismo promove esse valor tanto no trânsito quanto fora dele. É vital usar os veículos, que são ferramentas valiosas, de maneira responsável.

Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo

Essa data visa destacar os problemas causados por substâncias psicoativas, como o álcool, alertando para os prejuízos sociais e individuais do consumo excessivo. Medidas preventivas e tratamento são essenciais.

Relatório Mundial sobre Drogas

O Relatório Mundial sobre Drogas de 2020 revelou que, em 2018, cerca de 269 milhões de pessoas usaram drogas ilícitas, um aumento de 30% desde 2009. O UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes) publica esses relatórios, incluindo o de 2021.

Consumo de álcool e pandemia de Covid-19

Durante a pandemia de Covid-19, o consumo de drogas aumentou. Uma pesquisa da UFMS e outras instituições com 3.633 pessoas mostrou que 30% aumentaram o consumo de álcool e outras substâncias.

Tipos de prevenção

A prevenção é a melhor estratégia de combate, e existem três tipos:

  • Primária: visa evitar a primeira experiência com a substância;
  • Secundária: busca impedir o uso nocivo entre usuários ocasionais;
  • Terciária: trata o consumo nocivo ou a dependência com profissionais qualificados.

Sintomas do alcoolismo

O alcoolismo, ou síndrome da dependência do álcool, apresenta sintomas como:

  • Compulsão: necessidade incontrolável de beber;
  • Falta de controle: dificuldade de parar após a primeira dose;
  • Abstinência: sintomas como suor, náusea e ansiedade quando não se bebe;
  • Tolerância: necessidade de doses maiores para os mesmos efeitos.

Concluindo, o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo relembra a seriedade de uma doença que por muito tempo foi vista como uma questão moral, sem atenção para seus aspectos fisiológicos e mentais. Além disso, conscientizar motoristas sobre a direção defensiva é crucial para proteger-se em situações adversas, principalmente frente a condutores alcoolizados.

Qual sua opinião sobre o alcoolismo? E sobre a Lei Seca? Já pratica hábitos saudáveis ao dirigir? Para mais conteúdos, siga-nos no Instagram, Facebook e YouTube!

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