Entre os diversos fatores que tornam um automóvel mais potente, atraente e sofisticado, a configuração interna do motor, incluindo suas engrenagens e caixa de câmbio, pode contribuir para a diferenciação entre os modelos. Contudo, é importante ressaltar que este não é o fator determinante. O designer de uma montadora deve trabalhar conforme as diretrizes recebidas, não desenvolvendo um carro apenas com base no tipo de motor. Em muitos casos, é verdade que, com um motor disposto transversalmente, há um melhor aproveitamento do espaço para a distribuição do peso do veículo, influenciando diretamente a relação peso-potência do automóvel. Assim, carros menores e de passeio, com menor valor, costumam adotar motores transversais, enquanto o tipo longitudinal, por ocupar mais espaço, é geralmente associado a veículos maiores e mais potentes.
Motores Transversais
Os primeiros registros de motores transversais datam de 1910, embora somente duas décadas depois este tipo tenha se popularizado. No Brasil, o primeiro carro a adotar um motor transversal foi o Fiat 147, em 1976. Este tipo de motor é disposto perpendicularmente ao comprimento do carro. Os cilindros alinhados partem da esquerda e são frequentemente encontrados em veículos com tração dianteira. Nesses casos, o motor se posiciona entre as rodas dianteiras com o câmbio acoplado em uma das extremidades. Existem também carros com motor central e tração traseira. Este tipo de disposição permite maior espaço na cabine do veículo, com o motor transversal na dianteira e o virabrequim alinhado conectado às rodas.
Motores Longitudinais
Nas décadas de 80 e 90 no Brasil, carros como o VW Gol 1.8 GTS, VW Santana 2.0 GLS e GM Opala Diplomata 4.1S foram objetos de desejo de muitos brasileiros, notáveis por suas potências e capôs alongados. Ainda hoje, motores longitudinais são frequentemente associados a veículos maiores e mais potentes. Atualmente, eles são raramente encontrados em carros de passeio. Veículos com tração 4×4 e traseira são os que ainda utilizam este tipo de motor, que se posiciona paralelamente ao comprimento do automóvel. Sedans de luxo, como o Audi A4, também adotam esta configuração, com seus motores de 4 cilindros em linha e tração dianteira.
Carros com motor longitudinal têm o motor na parte dianteira e tração traseira, sendo alinhados com a linha central do veículo, enquanto o câmbio fica na parte de trás com um eixo de transmissão que se estende até o eixo traseiro. Esta configuração exige uma engrenagem de 90° para transmitir a força até as rodas.
Fonte: Revista Auto Esporte
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