Avaliação do Renault Zoe: O Hatch Compacto Elétrico Francês
Por Alexandre Akashi
Em 2021, muitas marcas escolheram lançar formalmente seus veículos elétricos no Brasil, já um sucesso na Europa e na Ásia. O Renault Zoe, o hatch compacto francês, finalmente chegou por aqui, atendendo bem ao propósito para o qual foi desenhado.
Avaliamos a versão mais completa, a Intense, por 24 horas intensas, especialmente as últimas horas, e explicaremos o porquê. O Renault Zoe é um carro 100% elétrico, o que significa que ele funciona como um celular: precisa ser conectado para recarregar suas baterias e funcionar.
Bateria
As baterias deste veículo têm uma capacidade de carga de 52 kWh, oferecendo uma autonomia aproximada de 385 km. Em uma tomada convencional de 110V ou 220V, ele leva 24 horas para carregar. Com uma estação de carregamento residencial especial de 7,4 kW, o tempo de carga cai para pouco mais de 9 horas. Já nos postos de carga rápida de 22 kW ou 40 kW, em 30 minutos, é possível percorrer cerca de 200 km adicionais.
Motor
O motor do Renault Zoe proporciona uma potência máxima de 135 cv e um torque máximo de 25 kgfm. Uma das vantagens do carro elétrico é que o torque máximo está disponível imediatamente quando o motorista acelera, o que garante uma excelente arrancada e retomadas rápidas de velocidade. Com um peso de 1502 kg, o Zoe tem torque suficiente para deixar muitos “esportivos” 1.4 turbo para trás. No entanto, a estratégia de limitar a velocidade máxima a 140 km/h ajuda a economizar bateria, tornando o Zoe ideal para uso urbano, ainda que viagens longas sejam viáveis.
Para testar de fato o carro, decidimos viajar à estrada, usando o Zoe durante 24 horas. No entanto, a Renault não forneceu o carregador de bateria, e havíamos apenas uma carga completa de 385 km para avaliar. Planejamos a viagem verificando a localização dos eletropostos no destino.
Experiência na Estrada
Saímos de São Paulo em direção a Peruíbe, a aproximadamente 130 km. Com 90% da bateria, a viagem parecia tranquila. No entanto, a bateria inicial estava em 90% devido à utilização prévia do carro na cidade, dividida entre o modo de condução ECO e Normal.
Erro de Principiante
Na cidade, percebemos que o modo Normal era muito mais agradável de dirigir do que o modo ECO. Decidimos utilizar o modo Normal na estrada e o modo B na descida da serra para otimizar a regeneração da bateria. Contudo, na serra, o modo B se mostrou ineficaz para a regeneração, mantendo uma velocidade de 80 km/h. Terminamos a descida com apenas 3% de carga ganha.
Chegando a Peruíbe com 60% de bateria, usamos o carro para filmagens e passeios, consumindo 10% da carga. Com 50% de bateria disponível, pegamos a estrada de volta para São Paulo, planejando recarregar em Santos. Porém, o carregador do shopping center não funcionou e, com 30% de bateria, encaramos o desafio de subir a serra no modo ECO a 40 km/h, levando quase duas horas para chegar a São Paulo com 10% restantes de carga.
O Renault Zoe se mostrou um carro valente, mas evidenciou os desafios atuais da infraestrutura de carregamento para veículos elétricos. Não esqueça de levar sempre seu cabo de recarga lenta para evitar surpresas.
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